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“O ciclista deve ocupar o meio da faixa de rolamento” diz Prefeitura de São Paulo

Seria possível seguirmos a recomendação da Prefeitura de São Paulo em Floripa?

Veja a interessante reportagem abaixo publicada pelo site O Ciclista Capixaba.

Fonte: O Ciclista Capixaba

Foto: Vá de Bike
A Prefeitura de São Paulo, em um dos vídeos da melhor campanha do ciclista já vista até hoje nesse país, afirma que o ciclista deve ocupar o meio da faixa de rolamento para sua própria segurança.
O vídeo começa com Silvia Ballan, ciclista há 20 anos e blogueira do site Bike é Legal, dizendo: ”Motorista, bicicleta é um veículo como qualquer outro, também tem que andar no meio da faixa”. Em outro trecho do vídeo, o ciclista Leandro Ishibashi diz: “Ciclista não deve pedalar no meio-fio ou na lateral da pista. Isso inclusive, é perigoso.”
Irineu Gnecco, Diretor de Planejamento da Companhia de Engenharia de Tráfego do município de São Paulo (CET), já havia afirmado em 2011 ao programa Custe o Que Custar (CQC), que o ciclista deve ocupar a faixa ao utilizar a via, para aumentar sua segurança. “É importante que o ciclista ocupe a faixa, não fique espremido entre a calçada (a guia) e o ônibus.” disse o diretor da CET.
Veja o vídeo da Prefeitura de São Paulo:

No Espírito Santo

Enquanto a administração paulistana constrói uma campanha baseada em evidências (clique aquiaquiaquiaqui e aqui), a Prefeitura de Vitória constrói campanhas baseadas em argumentum magister dixit da Federação Espírito Santense de Ciclismo e simpatizantes (os “Bolsonaros da bike”). Gente que quando é confrontada com evidências científicas, apela para o famigerado “eu pedalo há 20 anos, não me questione”.
O resultado é uma campanha que manda o ciclista pedalar próximo ao meio-fio:
O vídeo assinado pela Prefeitura de Vitória e pela FESC, passa a ideia de que o ciclista é um obstáculo ao trânsito. Por isso, deve permanecer no canto para que “Vossa Majestade”, o motorista, não precise esperar míseros 5 segundos para fazer uma ultrapassagem com segurança.
A animação teve 97% de rejeição entre os usuários do Youtube. Até o momento, a Prefeitura de Vitória e a FESC não se retrataram, nem voltaram atrás na orientação que aumenta o risco de morte dos ciclistas.

Experiência arriscada

No vídeo abaixo, pedalei da forma que a Prefeitura de Vitória orienta, exatamente para mostrar o que acontece.
Confira:


Comentário do Biker

Em São Paulo, a existência de congestionamento na maioria das vias obriga o motorista a dirigir em baixa velocidade, quando não está parado e talvez, por isso, seja mais fácil respeitar ciclistas no meio da faixa.

Já a recomendação da Prefeitura de Vitória, nem precisa de teste para saber que é arriscada. Através de experiência própria e de inúmeros relatos, digo com certeza que é muito perigosa, principalmente nas estradas urbanas e locais sem acostamento!

2 comentários

  1. Para ser específico, pedalar muito próximo da guia da calçada é perigoso por três razões: (1) frequentemente, há uma ressalto irregular ("valeta") junto à guia que dificulta manter a bicicleta numa trajetória bem definida, sujeitando o ciclista a correções repentinas de direção, confundindo os motoristas (2) como as pistas de rolagem são ligeiramente abauladas, a área junto à calçada acumula muita sujeira (como areia, pedregulhos, estilhaços de vidro, etc), o que pode desequilibrar o ciclista e (3) o motorista tende intuitivamente a forçar a ultrapassagem e tirar fino do ciclista se ele estiver pedalando próximo da calçada. Por isso, é mais seguro para o ciclista ficar a uma distância segura da calçada. Contudo, penso que pedalar no meio da pista de rolamento seja um exagero - se não me falha a memória, o CBT fala em meio metro e, por experiência, essa me parece ser uam distância segura. Pedalar no meio da pista significa segurar o fluxo de ônibus e automóveis, o que não é sensato!

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