SEU CORPO FUNCIONA ASSIM QUANDO VOCÊ PEDALA
Guia completo - Primeira Parte
Fonte: Bicycling por AC Shilton
SEU CORPO NÃO é um templo, é uma máquina. Não qualquer máquina, é o supercomputador mais complexo do mundo, um funcionamento interno com uma complexidade desconcertante. E se você já se perguntou o que realmente está acontecendo com seu corpo enquanto pedala, aqui está o seu guia completo.
O simples ato de ver sua bicicleta
Graças à capacidade do seu cérebro de lembrar do prazer, apenas visualizar sua bicicleta pode deixar você feliz.
Lembrar como você se sentiu na última vez que pedalou ativa uma seção do seu cérebro responsável por, entre outras coisas, regular as emoções e o comportamento. Pensar em um treino legal que você fez estimula as mesmas células cerebrais que ativadas quando você está pedalando, diz John Ratey, professor de psiquiatria na Harvard Medical School.
Claro, nem todo momento do treino é de felicidade. Felizmente, o exercício produz substâncias químicas analgésicas chamadas de endorfinas, que seu corpo aprende a assimilar. Um artigo publicado na revista Social Research sugere que é possível desejar uma recompensa, como induzir um pedal por endorfinas, sem efetivamente realizá-lo para alcançá-la (por exemplo, aquele intervalado que acaba com suas pernas).
Nos primeiros 60 segundos
JONATHAN PUSHNIK |
Seu cérebro muda para o modo de luta ou fuga, tentando decidir se o aumento súbito do esforço é porque você está dando um rolê pelo bairro ou sendo perseguido por um javali – um retorno aos nossos dias de caçadores-coletores. Isso desencadeia a vasoconstrição, diz Sternlicht, o que significa que seu corpo desloca o sangue para longe das partes do corpo não essenciais e o leva para o coração e o cérebro. No caso de um ataque de javali, o cérebro tem que calcular o lugar mais seguro para se esconder, e seu coração precisa de sangue para que ele possa distribuí-lo às pernas (se você optar por fugir) ou punhos (se você decidir lutar).
É por isso que é importante manter um ritmo de aquecimento durante os primeiros 10 minutos ou mais do treino. Se você tentar puxar logo no início do treino, você terá muito pouco sangue (e oxigênio) nas pernas para ajudá-lo. Uma vez que seu cérebro tenha ordenado quais músculos precisam de sangue, seu coração vai destinar tudo que tem. Até então, no entanto, aumentar a intensidade vai acabar com você.
Seu corpo depois de dez minutos
Se você está suficientemente aquecido, seu corpo começa a liberar sangue de volta aos músculos, diz Sternlicht. “Os músculos começam a usar o combustível de forma mais adequada também”, diz ele.
No primeiro minuto ou dois, seus músculos funcionam “anaerobicamente”, o que significa que eles começam a consumir o combustível armazenado do corpo (chamado glicogênio) sem usar oxigênio. Infelizmente, esse processo produz sensação de dor e ácido lático. À medida em que você se aquece, as enzimas entram em ação para ajudar seus músculos a acessar o glicogênio de forma aeróbica (com oxigênio), o que não cria ácido láctico. O processo anaeróbio é mais rápido, tornando-o ideal para esforços difíceis. Mas você pode trabalhar anaerobicamente por apenas um curto período de tempo antes que suas pernas comecem a implorar misericórdia.
Eu tenho que subir isso?
À medida que a força da gravidade é aplicada na sua roda traseira, a quantidade de energia que você precisa para manter o estímulo aumenta. Isso significa que seus músculos começam a recrutar ffibras adicionais de contração rápida (o tipo que produz mais potência). Quanto mais oxigênio seus músculos solicitarem, mais difícil seu coração e seus pulmões devem trabalhar para entregar o sangue que o transporta.
E quando seu amigo aumenta o ritmo ao nível “sofrimento total”, seus músculos podem exigir combustível mais rápido do que seu coração pode enviar o oxigênio que eles precisam para criá-lo. “Quando você começa a se exercitar, o volume de sangue bombeado com cada batimento cardíaco aumenta”, diz Stacy Sims, pesquisadora sênior da Universidade de Waikato no Monte Maunganui, na Nova Zelândia, “mas, à medida que atinge as intensidades mais altas, a capacidade vascular chega no limite”. Em outras palavras, você é oficialmente anaeróbico.
Quando seus músculos usam combustível sem oxigênio, o ácido lático é formado no processo. Isso nem sempre é uma coisa ruim. Mas quando você produz ácido láctico mais rápido do que seu fígado pode lidar, as coisas ficam feias. “Cairá o pH da fibra muscular, que então deixa de funcionar de forma eficaz”, diz Sternlicht. “Então você é forçado a recrutar outras fibras musculares”. Essa queima em suas pernas acontece quando o excesso de ácido lático é forçado a espremer o espaço entre as células e a corrente sanguínea.
À medida que o pedal avança, você sentirá seu core se envolver. Os músculos do Core, abdominais, costas e oblíquos, os que seguem ao longo da lateral do seu tronco — são seus estabilizadores, diz Sternlicht. Fortaleça-os e você pedalará com um movimento sem desperdiçar energia, fazendo sua pedalada mais eficaz.
Wheee!
O sorriso estampado no seu rosto como recompensa por enfrentar a gravidade é apenas uma das muitas coisas que seu corpo está fazendo.
À medida que você começa a treinar, sua respiração e freqüência cardíaca ficam lentas. Sua aptidão determina o quão rápido isso acontece, quanto mais condicionado você está melhor seus sistemas funcionam, diz Sternlicht. Um coração forte pode bombear mais sangue para garantir que suas células obtenham o oxigênio que eles precisam para ajudar a excretar os resíduos para fora das células, no suor ou urina.
É por isso que você pode não querer parar de se mexer. Um pedal tranquilo mantém o sangue que bombeia do coração para as pernas e ajuda a transferir o ácido lático para o fígado para converter em glicose. Quando chegar à próxima subida, você se sentirá melhor se tiver mantido tudo em movimento.
Enquanto suas pernas podem estar desfrutando algum período de descanso, sua cabeça continua trabalhando. Lidar com uma série de estímulos durante o pedal, nas descidas (ou a qualquer momento durante o trajeto), força seu cérebro a trabalhar mais. E o cérebro é como um músculo: quanto mais você trabalha, mais forte fica. O exercício também pode aumentar a capacidade do cérebro de formar novos canais de comunicação.
“Novos trajetos podem aumentar sua capacidade de foco, sua concentração e sua capacidade de lembrar de coisas”, diz Chelsi Day, PsyD, diretor de psicologia do esporte para atletismo na Universidade de Indiana.
Parada para o café!
Parar para um café no meio do treino faz com que você tenha que iniciar o processo de aquecimento completo novamente. Mas o ritual vem com alguns benefícios, diz Sims.
A cafeína ajuda seu corpo a queimar gordura, então seus depósitos de carboidratos duram mais, ajudando também a minimizar a fadiga, então você se sente melhor, ela acrescenta. A dose ideal depende do seu peso (e sua tolerância à cafeína), mas Sims diz que apenas 60 miligramas – a quantidade de um café espresso – proporcionarão um estímulo notável à maioria dos atletas.
Além disso, não se preocupe se o café desidrata. Na verdade não é um diurético, diz Sternlicht. Pode, no entanto, dar vontade de ir ao banheiro por outro motivo: “Ele relaxa parte do músculo liso em seus tratamentos digestivos e urinários”.
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